segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fim de semana diferente.


Este fim de semana foi o corolário daquilo que já se adivinhava há muito tempo:
1º O Porto ia perder pontos, mais cedo ou mais tarde, devido á notória baixa de forma que tem demonstrado.
2º O Sporting ia continuar a perder pontos, pois, para além da falta de qualidade, existe um avolumar continuo e insuportável da pressão sobre a equipa.
3º O Benfica ia perder pontos mal existisse um árbitro com coragem para não marcar as grandes penalidades cavadas pelos seus "criativos".
Nos três jogos existiram lances polémicos:
1º No jogo do Porto foi mal anulado um golo ao Farias, porque a bola vai ter com ele depois de um corte do defesa. Não haveria portanto lugar a fora-de-jogo. No entanto é clara a dificuldade em o árbitro ver bem o lance.
2º Existiu uma falta junto da área do Marítimo que poderá ter sido dentro e não fora da área. Assim terá ficado um penalti por marcar. Mais uma vez, penso que era difícil ao árbitro ver com exactidão o lance.
3º Quando a bola entrou na baliza já o árbitro tinha apitado. E apitou porque viu, perto de si, o agarrão do Luísão. Claro que a polémica é sobre a justiça de tal falta, uma vez que existem sempre imensos agrarrões na área. Mas que existiu agarrão, existiu. O resto é interpretação da lei e interpretação temos vista tanta e tão imaginativa (simulação de Aimar) que é apenas mais uma. Uma vezes a favor, outras contra. É a vida!
Foi um fim de semana em que os grandes não ganharam e por isso emocionante pela espera dos resultados não simultâneos.
Espero que o Porto se levante já no jogo Europeu. Seria bom para o clube e para a classificação de Portugal, para além de permitir a passagem aos oitavos de final da Champions sem mais stress.

sábado, 31 de outubro de 2009

A nova fase de que falava Jesualdo? Espero que não.


E pronto! Já adivinhava o corolário!
Ontem, enquanto via a primeira parte do jogo com o Belenenses, pensava que se o Académica dava réplica, fazia pressão e tentava o contra-ataque, este Belenenses era muito mais fraquinho e portanto nós estávamos a jogar ainda pior. O jogo era miserável e a equipa do Porto, por razões que desconheço, não tinha velocidade, não conseguia trocar a bola depois do meio campo, não tinha ideias, e enfim, todas aquelas coisas que fazem com que uma equipa marque golos e que chegamos a ver timidamente no início da época. Não fiquei surpreendido com o empate e não teria ficado surpreendido se tivéssemos perdido. Nós costumamos sofrer sempre golos esquisitos e não estamos actualmente com grande capacidade de reacção.
Estamos numa fase má, não há dúvida. Não me vou por a dizer mal da equipa nem do treinador, porque são os mesmos que nos têm dado quatro anos fora de série. Vou esperar calmamente que eles consigam dar a volta ao texto e ficar por cima outra vez. Estas coisas acontecem, são inevitáveis. O problema é que existem outras equipas em boa forma e outras que, mesmo estando em excelente forma não lhes é permitido escorregar. Não me importava nada de ter sido beneficiado com um "penalti de pé alto" sobre um jogador qualquer nos ultimos dez minutos do jogo ou que o Farias tivesse escorregado num centro de altas pressões na área do Belenenses e o árbitro tivesse considerado que este fenómeno atmosférico jogava pelo Belenenses...
Afinal, o que eu gostava é de ter a certeza de que neste campeonato a todas as equipas é permitido ter boas e más fases. Se não, bem podemos dizer adeus ao campeonato imediatamente, mesmo que artificialmente.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Porto e o seu estádio.


Hoje o Porto joga com o Belenenses no Estádio do Dragão. Os azuis do Restelo estão todos contentes porque vão jogar em casa, ou seja, num recinto que vai causar muita pressão sobre o seu adversário.
Caso o Porto não consiga jogar um futebol glamoroso, logo de inicio, e falhe algumas oportunidades - como se estivesse a jogar sozinho - logo o público começará a vaiar a equipa e torná-la-há cada vez mais ansiosa e susceptível ao erro. Os adversários, claro, sabem disso e fecham-se em copas o mais tempo possível de modo que a multidão comece a enervar o Porto e aí eles atacam mais, enervando ainda mais o público e o Porto... Qualquer um consegue ver isso menos nós!
Já agora, o que é que teremos que fazer para convencer os nossos adversários de que se jogam completamente abertos e a disputar o jogo pelo jogo com o Benfica, deviam fazer o mesmo connosco? É uma questão de equidade no mercado; uma espécie de ética na concorrência. Como gostaríamos de ter equipas no Dragão a disputar o jogo pelo jogo!

A criatividade e a justiça desportiva.


Ficamos a saber pelos jornais, e agora por um especialista em direito desportivo, que Aimar poderá esperar apenas uma simples multa e isto porque – segundo Meirim – “não houve benefício para a sua equipa ou prejuízo para o adversário na atribuição final dos pontos em disputa”. Para quem sempre criticou as especificidades técnicas da justiça nos Apitos e afins é uma mostra de como a honestidade intelectual não abunda em áreas em que a paixão que é patroa.
Ficamos a saber que se pode simular grandes penalidades desde que se marquem mais golos a seguir (ou tenham marcado antes). Não interessa o carácter decisivo desse penalti, ao desequilibrar uma equipa, provocar uma expulsão, quebrar uma defesa, etc. O que interessa é que foi mais um e por isso não foi decisivo. Já no ano passado tínhamos visto isto com Di Maria e este ano, finalmente, acabou por fazer escola. Vai ser um manancial para o Benfica de Jorge Jesus e uma pouca-vergonha para os todos os outros. Nada a que não estejamos habituados!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Inicios de época.



O Porto está a começar a época como começou a época passada; a jogar mal, a tropeçar e a enervar os adeptos em casa. O Benfica está a começar a época como começou a anterior: a jogar bem, depois da primeira escorregadela, e a chegar aos lugares cimeiros. Claro que existe uma diferença. Este ano o Benfica está a jogar melhor e chegou antes ao primeiro lugar. Na verdade o Benfica é o clube que, a par com o Braga, está a jogar melhor futebol em Portugal. É uma equipa orientada para o espectáculo e isto é o melhor elogio que se pode fazer a uma equipa de futebol. Quanto ao Sporting não se percebe o que está a acontecer, ou então não se percebe como é que conseguiu os resultados dos anos anteriores.
O Porto está colado aos lugares cimeiros e se tudo correr bem por ali se manterá. Mas caso não consiga ter novamente fio de jogo, arrisca-se a qualquer coisa menos agradável. A equipa deve ser recordista mundial de falhanços á boca da baliza e isto indica maus estado psicológico e falta de confiança dos jogadores. Quanto menos jogarem em casa melhor, porque o público portista é de uma exigência que de vez em quando não é lúcida, parafraseando Jesualdo Ferreira. Quando as coisas não correm bem aos jogadores, seja por que razão for, pressioná-los com assobios e impropérios que não são o melhor factor motivacional. Claro que não somos os únicos a faze-lo – o Luisão nem deve acreditar na recepção de que é alvo, pela primeira vez na sua carreira no clube - mas penso que é um atestado de estupidez que passamos a nós mesmos. Jogar em casa deve ser um deleite para os jogadores, um local onde serão apoiados e acarinhados pelos seus adeptos. Mas, desde há um ou dois anos, o Dragão converteu-se no local a evitar para a equipa portista quando não estão na melhor forma. Pelo menos fora de casa não são tão assobiados…
Quanto ao Benfica, assiste-se a uma “vontade nacional” em o sagrar campeão, o que aliado á sua boa forma e inegável bom futebol, o tem tornado invencível cá dentro. Lá fora é outra história! O problema é que mesmo jogando quase sempre um excelente futebol, a equipa já teve dois ou três jogos em que não jogou tão bem ou cometeu erros clamorosos que, presumivelmente, lhe tirariam pontos (ex. Setúbal). Mas nestas circunstâncias é que se vê que alguém – ou muitos alguéns – não quer deixar cair o Benfica, acrescentando um factor externo que desvirtua a concorrência. O Porto jogou melhor do que o Braga (embora não tenha jogado bem) mas perdeu. Se não o tivessem deixado perder estaria um ou três pontos á frente. Frente ao Setúbal, aquele penalti inventado perto do fim, foi a vontade de não deixar cair a equipa que tão bem tem jogado este ano. E não foi o único caso. E começa a ser preocupante.
Em relação ao jogo com o Nacional, dizem os entendidos, que embora o penalti que deu o 3-1 ao Benfica tenha sido inexistente, a vitória por 6-1 retira pretensões a quem quer insistir neste penalti como factor decisivo. Ora se tomarmos, a título de exemplo, o jogo do Porto - Académica, vemos que até o Porto marcar o primeiro golo aos 60 e tal minutos, quase não existiram remates e que se afigurava credível, a quem quer que estivesse a assistir ao jogo, que este poderia terminar sem golos. No entanto, a partir do momento em que foi marcado o primeiro, foram marcados mais 4. O primeiro golo desbloqueou o impasse. No jogo da Luz foi a mesma coisa. Ao intervalo estava o Benfica a ganhar por 2-1 e o Nacional atacava e criava oportunidades claras. O jogo estava dividido e o resultado incerto. Quando é marcado o penalti destabilizou-se completamente o Nacional. Não só se marcou um 3-1 irregular que tornou a reviravolta muito mais difícil, como o sentimento de injustiça que acompanha estes lances também afectou a equipa prejudicada. Se juntarmos a isto a melhor qualidade atacante dos jogadores do Benfica e o “extra” motivacional do penalti convertido, estes soltaram-se, enquanto o Nacional se tolheu.
Estou preocupado com esta passadeira rolante que se move debaixo dos pés do Benfica esta época. Não é a primeira vez que o vemos e até já provamos os seus resultados, estes empurrões ao “campeão da transparência”. Para os que gostam de ver nas entrelinhas, não foi estranho ver o “Ferrari” no jogo do Braga a preparar o assalto ao primeiro lugar. O facto de o Benfica estar a jogar bem e recomendar-se – esta época – não significa que deva ser ajudado. Cada um deve bastar-se a si próprio, mas pelo que já se viu, na época passada, um árbitro que se meta com o Benfica fica na jarra e passa a apitar jogos das Distritais e afins.
Um amigo meu benfiquista, pessoa que – aparte o pendor clubista – é gente de bem e sensato, disse-me o seguinte quando partilhei com ele estas preocupações: “Olha meu caro, espero que ao chegar a Maio todos se queixem imenso dos penaltis e das ajudas. Eu quero lá saber, eu quero é ser campeão!” Humm! Devo estar preocupado?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As escutas e os apitos.



Foi decidido em última instância que as escutas telefónicas não poderiam ter sido usadas pela Liga de Clubes nos processos do “Apito Dourado”. Embora esta decisão seja respeitante ao presidente do Leiria, ela é válida para todos os casos similares, incluindo os que levaram á condenação de Pinto da Costa e do Boavista. Conforme se previa, vai começar agora a fase final que se inaugurou com as absolvições e arquivamentos dos julgamentos que o MP levou contra Pinto da Costa. A prazo vai traduzir-se num imbróglio difícil de resolver devido, principalmente, á descida do Boavista. Toda esta questão foi conduzida por um conjunto de pessoas identificado claramente com rivalidades clubistas e só parou quando chegou aos tribunais porque os juízes não podem julgar da mesma forma sob pena de serem penalizados nas suas carreiras. As decisões dos juízes dos tribunais são publicadas e a sua argumentação é conhecida do público. Se estas forem contra os factos ou contra a lei o nível seguinte invalida-a e o juiz tem uma classificação penalizadora. Está assim garantido que as decisões sejam mais conformes com a lei e os factos. Um juiz adepto do Benfica não condena Pinto da Costa só por ele ser líder do seu rival, ou por suposições ou acusações que não se apoiam em factos concretos. A Liga de Clubes sim! Não lhes acontece nada e os média do seu lado clubista apoiam-nos como se fossem os únicos a remar contra a maré. Uns heróis!
No que respeita aos adeptos dos clubes rivais, que se sentem traídos nas suas expectativas em relação a esta matéria, pois acalentaram sérias esperanças que Pinto da Costa fosse preso, o Porto rebaixado de divisão, o seu curriculum manchado, etc, sobram alguns argumentos – a que se agarram como lapas – e que quero tratar directamente neste artigo. A saber:

1º argumento: O facto é que as escutas existiram e que o facto de a justiça não deixar que elas sejam utilizadas não as erradica. Elas provam factos de corrupção.
Resposta: De todas as milhares de horas gravadas com os diversos arguidos, é claro que o MP escolheu aquelas que melhor serviam os seus interesse de acusação. Este facto é óbvio e de outra forma não se compreendia. Repetindo; de todas as gravações existentes, foram seleccionadas para dar apoio ás acusações todas aquelas que, na opinião do MP, mostravam indícios de corrupção. Este facto é importante pois apenas três acusações foram deduzidas. Todas as outras, de acordo com o MP, não mostravam quaisquer indícios de corrupção. Vamos lá então a ver quais as situações suspeitas suportadas pelas escutas:
No caso de Pinto da Costa foram três os casos escolhidos: o caso da “Fruta”, a recepção a um árbitro em casa e uma conversa com o presidente do Nacional em que Pinto da Costa disse ao seu homólogo que tendo ganho ao Benfica na jornada anterior lhe tinha feito um bom serviço pois agora recebia um Benfica mais fragilizado nesta jornada. Este caso é tão burlesco que foi logo abandonada, mesmo pelo próprio MP, que se terá dado conta do ridículo em que caia. O caso seguinte, o da “Fruta”, exigia muita interpretação ao leitor das escutas, pois nada é dito sobre compra de favores. Este caso foi a tribunal e também foi arrasado. O caso do árbitro em casa, em termos de escutas é ainda mais ridículo e por isso também sofreu igual destino. Mas não há duvida que um dirigente desportivo interagir com um árbitro é no mínimo irresponsável e por isso, receber um árbitro em casa é terrivelmente suspeito e poderá permanecer a sombra de uma dúvida sobre as razões de tal visita. Mas o que não se compreende é porque não se choca o mesmo “país” quando o director de futebol do Benfica (Veiga) almoça com elementos da equipa de arbitragem de um jogo decisivo e vergonhoso (Estoril - Benfica) e quando tal equipa favoreçeu seguidamente o Benfica. E porque é que quando instado a explicar o almoço, tanto o director do Benfica como o elemento da arbitragem tivessem afirmado que não tinham que dar explicações e que tal justificação tenha sido considerada suficiente pelos media. Num caso há uma visita mas não há acontecimentos de favorecimento posteriores. No segundo há a reunião e favorecimentos posteriores. E estes casos foram divulgados em lapsos de tempo coincidentes. Num caso há suspeição. No outro há factos. Mas pronto...!
E o facto é que apesar de o Benfica e Sporting não terem sido alvos de escutas – nem os seus dirigentes – existem dezenas de horas de gravações em que um ex-dirigente do Benfica conversa com dirigentes da Liga e Arbitragem sobre escolhas de árbitros para os jogos do Benfica. Amiúde desliga para conversar com o “Vieira” e nada mais se sabe porque o “Vieira” não estava a ser escutado. Depois volta e diz que o “Vieira” concorda ou não concorda e as coisas lá se fazem. Isto foi publicada nos jornais, mas não fizeram mossa nem ficaram na "lembrança" das pessoas. É inacreditável e pode ser confirmado por qualquer um. Estes casos, os mais explícitos das escutas, não provam nada, ao contrário dos outros onde se tem de recorrer á interpretação e imaginação e, ao que parece, provam tudo.

2º argumento: O Porto foi investigado e o Benfica e os outros não, o que mostra como o Porto deve ter, obviamente, feito algo de mal.
Resposta: O facto de só o Porto (dos três grandes) ter sido investigado é que deveria ser alvo de uma investigação. Toda a gente comparou o “Apito” ao processo de futebol que se passou em Itália. A diferença é que em Itália todos os clubes foram investigados e cinco dos maiores clubes foram castigados. Aqui, apenas um (dos grandes) foi investigado e nenhum dos outros o foi, o que mostra logo os declarados objectivos da investigação. Mas porque é que só o Porto foi investigado?
Durante seis anos passamos a ter uma equipa especial do MP dedicada a uma investigação específica. O único caso da nossa democracia em que tivemos outra foi para investigar as FP25. Só este caso mostra a paranóia e – mais assustador – o poder de quem decidiu avançar com isto. Os resultados foram nulos e neles foram gastos milhões de euros – que ainda continuam – em investigações á Hollywood. E ninguém teve que explicar porque é que foi gasto tanto dinheiro e recursos com uma investigação que não deu resultados. E se o facto de uma mulher repudiada ter “escrito” um livro que não escreveu, motivou o Procurador-Geral a andar com o livro debaixo do braço e ordenar a investigação, os documentos relativos ao “Apito Encarnado”, supostamente emanados da própria Judiciária, cheios de acusações especificas, não foram investigadas e foram considerados uma “invenção torpe”. Assim, sem mais nada! Infelizmente nem sequer existe o pudor de tentar esconder todas estas inclinações e pretensões, o que é explicado pelo facto de estes personagens saberem que têm o apoio de uma parte importante da “opinião pública”.

3º argumento: Toda a gente sabe de que forma o Porto e o Pinto da Costa dominaram o futebol português nas últimas três décadas. ..
Resposta: Na realidade, em Portugal, com o ambiente de suspeição e desculpabilização que existe, todos os adeptos sabem como os outros estão permanentemente a “roubar” e a dominar o sistema com a corrupção galopante dos árbitros e afins estruturas.
Se perguntar a alguém como foi o campeonato ganho pelo Benfica em 2004/5 todos os que não são benfiquistas vão afirmar que foi uma vergonha inominável, do princípio ao fim, e que os árbitros conduziram pomposamente o Benfica ao título numa passadeira vermelha. Se perguntar como foram os campeonatos do Sporting em 1999/2000 ou 2001/2002 os não sportinguistas falarão dos incessantes penaltis do Jardel no segundo e do Campo Maiorense do Bruno Paixão que roubou o Hexacampeonato ao Porto por apenas dois pontos. Se perguntar pelo campeonato ganho pelo Boavista, todos afirmarão que foi conquistado “á porrada” com a indecente conivência dos “tipos do apito”. Afinal quem é que ganhou bem? Claro que se perguntar pelos campeonatos ganhos pelo Porto, também nenhum foi ganho com justiça, bem pelo contrário. A diferença é que o Porto tem ganho muitos mais campeonatos e que os adeptos dos dois grandes concorrentes são mais do que os seus. Para além disso, eles constituem a maioria da população em Lisboa onde existe a concentração da maioria dos media portugueses. Por isso existe um estado de maior insatisfação e “conhecimento público” de factos graves que fizeram com que o Porto ganhasse.
Todos os adeptos, de todos os clubes, têm conhecimento de factos vergonhosos que provam que os adversários manipulam o sistema e compram árbitros, e por isso, ninguém ganha com justiça a não ser eles, e quando é sem justiça que ganham acaba por ser justo porque é uma apenas uma paga devido ao que já foi feito pelos outros.

Enfim! Um dia verá a luz do dia a verdade sobre este processo vergonhoso conduzido pelo presidente de um clube; com a colaboração de adeptos conhecidos desse mesmo clube; tendo por base uma “arrependida” mentirosa e intelectualmente incapaz de levar a cabo as mentiras que esses adeptos desse clube lhe pagaram para dizer e assim vingar-se do homem que lhe deu uma tampa; apoiados desavergonhadamente por um órgão de soberania que despendeu dinheiros públicos numa espécie de circo para gáudio popular; finalizado por uma liga de clubes e federação que levaram a cabo um processo ilegal (não sendo tribunais só podem elaborar processos disciplinares: não cumprindo as regras as suas decisões são nulas ou anuláveis) sem que ninguém – juristas incluídos – tivesse a coragem de denunciar esta situação; e finalmente, sustentados por uma multidão de adeptos que vendo a oportunidade de finalmente acabarem com o homem que tanto temem e com as vitórias que gera, entraram numa espécie de alucinação colectiva que se foi esvaindo até as decisões dos tribunais lhes mostrarem a loucura dos seus objectivos. A partir daí encerraram-se na “desculpa de que nada funciona neste país, muito menos a justiça”.
Tenho pena deles, mas mais pena de nós que temos que os aturar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O ínicio!


Aqui estou eu, meses depois.
O inicio deste campeonato faz-me lembrar outros inícios. Não sei se o do ano passado, em que o Benfica começou cheio de força e atingiu o topo do campeonato, para depois o abandonar até ao fim, ou se o do campeonato de 2004/2005 (o chamado "campeonato da treta") em que aproveitando os estágios iniciais do "Apito" e da Santa Aliança entre o Benfica, a Procuradoria Geral da República e a Miss Salgado, se roubou à descarada e em pleno dia, um campeonato vergonhoso, que teve que ser ganho com mais um penalti inexistente pelo Sabrosa no Bessa.
Não sei exactamente qual dos dois este inicio me lembra, mas tenho medo que seja o segundo, embora me pareça que é o primeiro. Vamos a ver! Amigos meus, benfiquistas, dizem-me que não querem saber de histórias; o que querem é ganhar e mais nada. É este estado de espírito que temos visto em todos os jogos do Benfica.
De qualquer forma o clube lisboeta ainda tem que se travar de razões com o Braga, o Sporting e o Porto. O primeiro encontro em que não conseguiram recorrer a essa "motivação" que anda por aí - ás vezes vestida de laranja ou o proverbial preto - perdeu. Falamos da Europa.

E falando de Mundial, Portugal vai jogar o play-off contra a Bósnia e vai fazê-lo no inevitável Estádio da Luz. O Dragão também tinha concorrido mas perdeu mais uma vez e a Luz vai passar a ter quase o dobro das partidas com a Selecção, em relação ao Dragão. Parece que a Luz tem mais lugares. Mas assim, e uma vez que é o único estádio com tantos lugares, deveria ser sempre ali. E já agora com a lotação esgotada, porque senão a desculpa não pega. O Estádio do Algarve, que é a Luz B recebe os outros (porque é quentinho).
Continua tudo na mesma neste país em Lisboa plantado!




quarta-feira, 8 de julho de 2009


Já me tinha eu queixado da saída do Lucho quando sou “surpreendido” pela saída do Lisandro. Já não digo mais nada! Arre!
Claro que, já mais calmo e pensante, não posso deixar de admitir que as saídas são também devidas à vontade dos jogadores em irem ganhar mais dinheiro, não apenas devido à sede de lucro da equipa e dos empresários. No Porto cresceram e ganharam visibilidade mas este clube não pode oferecer mais do que isso (o que já não é pouco). Neste momento o FCP é o melhor clube do mundo em termos de rentabilização dos investimentos em jogadores. Deste clube saem todos os anos atletas para integrarem algumas das melhores equipas do mundo. Claro que também existem os “flops”, mas quem não os tem? Mas em termos de salários, o Porto tem um limite que deixa de ser suficiente após o jogador ter atingido um determinado nível.
Aquilo que eu lamento é que fiquemos sem uma das melhores parelhas que eu vi jogar em Portugal. A nós, deixam-nos saudades! Aos adversários, a sua saída foi, provavelmente, o melhor "reforço" para os seus planeis. Eficientes, cheios de raça e concretizadores como ninguém, eram também uns desportistas exemplares, sem polémicas ou incentivos incendiários (ie. como o Moutinho). Apenas Lisandro viu o seu “curriculum” manchado porque uns palermas decidiram fazer o favor ao Benfica e dar-lhe a desculpa que este precisava para justificar um mau resultado no Dragão. Benfica este que protagonizou os melhores momentos de mergulho para a piscina e ginástica acrobática deste campeonato e que nunca viu os seus jogares castigados por este motivo. Enfim, outros campeonatos…
Por último, penso que é uma pena que jogadores que integraram uma equipa durante anos e que caíram no goto dos adeptos, saiam assim, sem direito a uma verdadeira despedida no Estádio ou outro sítio qualquer. É uma lacuna do futebol! De repente, depois de anos de presença assíduo, os melhores jogares simplesmente desaparecem! Vemos nos jornais o seu destino e ultimas palavras e segue a vida como se nunca tivessem existido.
O futebol é feito de afectos e eles também existem nas despedidas!
Mário Borges, 8 de Julho de 2oo9

domingo, 5 de julho de 2009


Isto do Lucho ter sido vendido, quando nada o indicava, não me caiu bem! Ele tinha acabado de renovar e parecia que apenas o Alves e o Lisandro é que estavam de saída. Afinal acabou por ser ele que se foi embora e todos nos lembramos da falta que ele fazia sempre que não jogava. Mesmo quando estava em baixo de forma ele era melhor do que o seu substituto.
Eu habituei-me a confiar nos gestores do Porto, mas que não gostei, isso não. Ele era um daqueles jogadores que podia ter ficado por aqui, por sua vontade e pela dos adeptos e tornar-se um dos símbolos do clube. Tinha acabado de comprar casa. Agora, por mais um 18 milhões que acabarão nos bolsos de alguém - porque o prejuízo é crónico apesar dos milhões em vendas - ele lá foi e espero que não faça tanta falta como eu imagino. São boas notícias para a concorrência, más para nós. E, por último, foi-se embora um senhor, infelizmente daqueles que não abundam neste desporto de inflamados, corruptos e incendiários.
"Pronto!"
Mário Borges, 5 de Julho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A pré-época e os três grandes!



Como de costume, todos os anos durante a época estival eu sofro de angústias imensas e incontidas.
Como de costume o Benfica apetrecha-se com mais jogadores de nome sonante e milhões na etiqueta do preço. Este ano, pelo menos até esta data, não precisou de vender as “jóias da coroa”. O novo treinador do ano diz que este ano vai ser campeão, cada jogador estrangeiro que chega ao aeroporto para enriquecer o plantel da águia, vem para ser campeão, o director desportivo sente que este ano vai ser campeão, o presidente diz que este ano é que é: vai ser campeão. Que vai ser um ano virado para a área desportiva depois de ter andado ocupado com as outras áreas. O dinheiro entra a rodos e não é preciso preocuparem-se porque a situação está controlada!
Como de costume, o Sporting, com aquele ar compungido, anda a esgravatar pela formação para ver se lança mais uns craques baratos, e continua a política de ir arrendar tudo o que é internacional português que se deu mal pelo estrangeiro ou não está a ser utilizado no seu clube de origem (principalmente se este for o FCP). A renegociação da dívida é a pedra de toque de tudo o que se faz e se planeia fazer. Contenção é a palavra de ordem.
Desta vez, mais do que o costume, O Porto anda a tentar vender os seus melhores jogadores e duma só vez delapidar a defesa, o meio-campo e o ataque, vendendo simplesmente o melhor representante de cada um destes sectores. É uma aposta em alta e quase valia a pena uma declaração de Pinto da Costa à CMVM dizendo que está farto de títulos e que este ano é para descansar. A malta podia não gostar, mas compreendia.
Portanto, como de costume, o Benfica está na frente. Os média abrem as capas e telejornais com cada vírgula e "três pontinhos" que digam respeito a tão respeitável clube. A fase da pré-época está a acabar e a taça é dele. Segue-se a fase dos jogos treino. Geralmente também costuma levar essa taça, bem como uma catadupa de novos talentos de gabarito mundial descobertos pelos diários desportivos.
Espero que depois, tudo também corra como o costume!

P.S. Hoje, Bruno Paixão foi promovido pela UEFA ao primeiro patamar da arbitragem deste organismo, onde foi encontrar o Lucílio Baptista. Para quem tenha assistido ao jogo entre o Chelsea e o Barcelona e também esteja familiarizado com estes dois profissionais do apito luso, percebe-se a sua utilidade para o organismo que tutela o futebol europeu. É sempre preciso ter árbitros daquela cepa para o caso de as coisas precisarem de uma certa ... digamos ... direcção … ou para a resolução de problemas difíceis! Daqui a uns anos já temos lá uma meia-dúzia de "Tugas"! Não há dúvida, é um nicho de mercado como qualquer outro!
Mário Borges, 29 de Junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os dentes do Chissokho

É pá! Vocês desculpem, mas este caso do Cissokho é uma vergonha que cheira a tempos que já lá vão e que, pensava eu, nunca mais voltariam.
Porque, de facto, a situação que temos perante nós, é a de um jovem atleta africano (negro) que ia ser comprado por um clube italiano (brancos), que afinal desistiu do negócio depois de lhe examinarem os dentes e não terem gostado.

Este incidente, caso fosse bem negociado pelo empresário do malogrado, ainda poderia acabar num ajuste de trinta milhões de euros, só para que o assunto não acabasse na Oprah!
Mário Borges, 19 de Junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Uma saída "à Porto"!

Hoje, Pedro Emanuel, despediu-se da sua carreira de jogador em troca de uma de treinador no mesmo clube onde se destacou e tudo ganhou. Para além do campeonato e Taça que já trazia do Boavista, Pedro Emanuel arrecadou, a nível internacional, uma Taça Uefa, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental. Em termos nacionais conseguiu cinco campeonatos, três Taças de Portugal e uma Supertaça. Um Curriculumzito Vitae "à Porto"!
A saída tambem foi "à Porto"! Pedro Emanuel terá sido contactado pelos responsáveis portistas para renovar ou treinar e preferiu treinar.
Bom, se isso é verdade ou não, não interessa. O que interessa é que sai (fica) pela porta grande e continuará a emprestar à casa "aquela raça", que continua a ser aproveitada nos coreáceos treinadores e adjuntos que ganharam o direito de permanecer na fortaleza azul e branca.
Deixo, em jeito fotográfico, a imagem que lhe ficou de marca e que nos valeu uma Taça Intercontinental.

Mário Borges, 17 de Junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Três comentários do dia.

O Benfica, magnanimamente, decidiu pagar ao Braga a cláusula de rescisão, que estava no contrato, para ir buscar o seu treinador, mas nunca mais esquecerá o miserável papel desempenhado pelo presidente do Braga, que não o deixou sair de graça. Afinal era para o SLB!

O "mister" Cajuda, treinador do Guimarães, diz numa entrevista, que na época passada se passou mais tempo a pensar em tribunais (tentar tirar o FCP da Liga dos Campeões na secretaria) do que em preparar a equipa para a Liga dos Campeões. Podia ter dito isso na altura, mas não era politicamente correcto, e por outro lado, se tivesse dado certo...

O director do Porto Canal, Bruno Carvalho, vai candidatar-se a presidente do Benfica, demonstrando não ter ainda percebido uma premissa basilar deste clube: o Benfica é um clube de Lisboa apesar de se arrogar nacional: é um clube de Lisboa com adeptos em todo o território nacional. Para além disso, o candidato Bruno, é uma pessoa do Porto, e este facto pesa muito, muito mais do que ele, provavelmente, imagina. Basta consultar a net e ver os comentários que por ai se postam para confirmar esta suspeita. "O homem é do Porto, arre! Um benfiquista do Porto??!!!! Não é de confiar!" Mais vale um lisboeta (ou afim) que é sócio do Porto!
Mário Borges, 16 de Junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O dinheiro e o carácter!



Não estou a compreender nada desta novela de fim de época do Benfica!
Primeiro, deixam que as notícias sobre os contactos para substituição do seu treinador saiam e nem as desmentem. Depois ficam espantados por o Quique ter ficado magoado e não facilitar a saída. Queriam que o homem não recebesse a indemnização por quebra de contrato! Ele lá acabou por ir embora, por valor desconhecido, enxovalhado, porque não conseguiu o que só um treinador conseguiu nos últimos treze anos: ganhar o campeonato (embora um campeonato feito de vergonha e arbitragens escandalosas).
Segundo, para contratar o novo treinador (Jesus), não querem pagar o valor da cláusula de rescisão que este tem acertado com o Braga e desfazem-se a insultar o presidente deste clube, como se ele só fosse uma boa pessoa, e honesto, caso deixasse que o seu treinador saísse sem que o contrato fosse cumprido. E percebe-se a influência daquele famoso departamento jurídico do Benfica (que se tornou famoso ao tentar evitar- debalde - que o FC Porto jogasse na Liga dos Campeões) quando Jesus "ameaça" rescindir com o Braga por causa de uma hipotética dívida, que ao que parece, não existe.
Por este andar, um dia destes, os jogadores do Benfica que reivindicarem salários, serão apontados como salafrários e chulos das finanças do clube.
Nós percebemos que o Benfica não tem dinheiro, mas lá por isso não precisa de não ter carácter!
Mário Borges, 15 de Junho de 2009

Dobradinha!


Não há muito a dizer sobre esta final da Taça de Portugal, a não ser que ganhámos bem e que o Paços foi a equipa raçuda e perigosa a que nos habituou.
Em Agosto, estas duas equipas tornam-se a encontrar para a Supertaça e esse jogo, provavelmente, também será a centenas de quilómetros das localidades onde os dois emblemas têm os seus estádios. Talvez no Algarve. Ou então na Madeira...
Ainda bem que já não temos colónias, porque aí é que seria bonito!

Mário Borges, 15 de Junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

A verdadeira razão para a Final da Taça ser no Jamor.

Desde há muito, que esta questão da final da Taça de Portugal, ter que se realizar sempre no Jamor faz correr muita tinta.
Quando um dos finalistas é um dos "dois grandes" de Lisboa, as queixas estão relacionadas com o facto de estes jogarem em casa perante o adversário, constituindo uma subversão das leis da competitividade. A excepção é o caso de os dois finalistas serem os "dois grandes" de Lisboa entre si, ou com uma equipa da zona (ex. Setúbal).
Quando as duas equipas são de longe, e da mesma região, como foi este ano, as queixas prendem-se com o facto de milhares de pessoas terem que se deslocar a Lisboa, gastando imenso dinheiro e risco na estrada, para ver um espectáculo que podia ser num dos outros estádios do EURO2004.
Mas a federação todos os anos faz que não ouve e obriga a que a Final se realize num estádio, onde a EUFA e a FIFA não permitem jogos por falta de condições.
Só que este ano, no programa "Trio de Ataque", um dos comentadores, Rui Oliveira e Costa, individuo que costuma gostar de ser objectivo, recorrendo amiúde às estatísticas e outros dados inquestionáveis, embrulhou os pés pelas mãos, acabou por ceder perante a estupidez dos seus próprios argumentos e não teve outra solução senão deixar escapar- FINALMENTE - a razão de fundo que faz com que os nossos concorrentes apoiem este disparate: "Se o Pinto da Costa quer isso, então nós não queremos! Pronto!"
Tenho que confessar que achei esta confissão chocante! O sorriso que o homem não conseguiu deixar de ostentar; a consciência de que a razão que apresentava era estúpida, mas mesmo assim apresentá-la; o ressentimento pelas vitórias no desportivas; e finalmente, e mais importante, a mais elementar falta de respeito pelos adeptos.
Note-se que nenhum deles dos aderentes desta teoria, pensa nos milhares de pessoas que têm que se deslocar a Lisboa. Ou então pensam, mas se o fazem, é com uma absoluta falta de respeito. Pensam apenas em Pinto da Costa e que se saiba, ele até pode viajar de avião e fica, de certeza, na tribuna presidencial. Bastava ser este um ano de crise, para que este argumento vingasse. Duas equipas que jogam a alguns quilómetros da outra, deslocaram-se à capital, ignorando-se os novíssimos estádios de Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria e Aveiro, dois dos quais ao abandono.
O próprio Oliveira e Costa acaba por enumerar alguns dos problemas daquele estádio. São eles duas casas de banho para aquela gente toda, falta de protecção para a chuva ou sol, uma entrada onde se afunila a multidão, a distância (ex. este ano) da origem geográfica dos contentores, etc.
Mas pelo menos, desta vez, tive o prazer de ver, escarrachada, na televisão e em horário nobre, a verdadeira razão, pela qual este circo se arrasta ano após ano. A razão que já conhecemos há muito tempo, mas que os detractores nunca assumem. Geralmente preferem apontar a contestação como "provincianismo", ou uma provocação de Pinto da Costa.
"Esta guerra o Pinto da Costa não ganha, e ponto final!"
Não interessa se tem razão ou não. Não interessa que os afectados sejam os adeptos.
É nisto que dá misturar a razão com a emoção!




P.S. Enquanto vê o vídeo, observe a qualidade dialéctica dos argumentos de Oliveira e Costa.
Mário Borges, 2 de Junho de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Jogadores, clubes e outros ódios.

Existem jogadores que se tornam símbolos dos clubes em que jogam. Depois, por questões variadas, podem transferir-se para um clube rival. Os exemplos são muitos. E o que se espera é que o jogador, jogue onde jogar, seja sempre profissional e dê tudo pelo clube que lhe paga. Mas o que não se espera é que o jogador esqueça o facto de já ter sido o símbolo de um clube, que agora é o novo rival, mas que já foi a sua casa.
E existem muitos jogadores que sabem gerir bem esta situação. Drulovic foi um símbolo portista e acabou a jogar no Benfica. Embora dando o seu melhor ao novo clube, Drulovic nunca ostracizou a casa onde cresceu e era admirado. Nos jogos no Dragão, mesmo vestindo a camisola encarnada, era aplaudido, porque as pessoas não o tinham esquecido. Sabiam que ele estava ali a trabalhar e que o trabalho tem dignidade. Mas continuava a ser a mesma pessoa. E o facto é que, acabada a carreira, voltou ao Porto para aí trabalhar. Mas existem outros que não sabem ou não querem lidar da mesma forma com a nova situação. E os resultados são, no mínimo, grotescos. Veja-se o caso do Postiga, Rui Jorge ou do Derlei, agora no Sporting! E o caso do Jardel!
E porque é que estas coisas acontecem? Na minha opinião porque os jogadores confundem o clube com as suas direcções, ou com determinadas personagens que lá trabalham. Para eles, o clube é o Presidente, o Administrador para o futebol, o treinador, etc. Não compreendem que o clube são os adeptos. Os outros são a estrutura fisica o clube, mas sem adeptos um clube esvai-se e desaparece. Os adeptos são a sua alma!
Quando os jogadores se pegam de razões com uma destas personagens, seja porque não jogam muitas vezes, ou porque não lhes renovaram com as condições pretendidas, ou porque disserem isto, ou aquilo, ou uma outra infinidade de razões, legitimas ou não, tomam-se de rancores e, caso vão para um rival, destilam estes maus sentimentos com ingratidão. Porque eles não entendem - muitas vezes fica-se com a sensação de que a cabeça, para estes jogadores, só serve para cabecear a bola - que os adeptos nada têm a ver com estes sórdidos pormenores e que sendo devotos, permanecem devotos, mesmo depois das transferências.
Derlei é um bom caso. Para nós, portistas, ele é o simbolo de Sevilha. É um jogador que passeou a sua garra e qualidade pelos relvados portugueses e europeus ao serviço do Porto e com ele tudo ganhou. Os adeptos adoravam-no! E um dia as relações ficam tensas. Já nem me lembro bem porquê? Talvez porque a equipa não se portava sem Mourinho, da mesma forma que com Mourinho. O ano não estava a correr bem. Um grupo de fanáticos portistas, insultaram-no e disseram-lhe umas coisas feias. E a direcção não lhe deve ter dado o que ele pretendia. E lá vai ele para a Russia, previsivelmente acabar a carreira a ganhar uma boa maquia. Quando volta, para jogar no Benfica, para nós, portistas, continuava a ser o Derlei, o Ninga. O nosso Ninga! Ninguém esperava que ele voltasse com tanto desdém pela casa que o formou e lhe deu nome, e que tivesse tanta necessidade de o ostentar. Porque os milhões de portistas não são a meia duzia que o insultou, nem a direcção que o vendeu. E estes, que não são tidos nem achados, são a base, o clube. E eles - nós - não merecemos esta atitude.
A nossa vida é uma continuidade. Somos agora o que somos por causa do que temos sido e feito. Derlei, agora, é um simulacro daquilo que era. Continua a dar tudo por tudo. A ter qualidade e garra. Continuam a chamar-lhe Ninga, mas já não é o mesmo porque renegou as origens. Porque confundiu as coisas e não teve respeito pelo clube que o idolatrou. Quem renega os seus não pode ser boa pessoa. Neste caso, com a palavra "pessoa" quero apenas referir-me apenas ao jogador e não ao homem, que não conheço.
O mesmo digo do Postiga, que passeia o seu desdém por quem, na sua opinião não lhe deu as oportunidades que ele pensava merecer. E mesmo o Jardel, que se portou mal com o Porto, ele que sem o Porto, nada tinha sido. E fê-lo por uma questão de vaidades, de cíumes, e outras mesquinhices. Na ultima vez que cá veio, acabou aplaudido por todo o estadio em pé. Verteu umas lágrimas, mas lá no fundo penso que ele considera aquela atitude a obrigação dos adeptos. Coitado! Mas enfim...
Os adeptos é que não têm nada com isso e não entendem estas atitudes. Até podem compreender que eles tenham ficado chateados com fulano, ou cicrano e beltrano, mas não com o clube; com eles.
Finalmente quero deixar esta curiosidade: os jogadores que acabei de falar neste exemplo, jogam ou jogaram todos no Sporting depois de terem jogado no Porto. Por alguma razão, algo naquela casa faz com que os antigos símbolos portistas renegem as sua origens. Embora seja visto como um clube "amigo" eu, pessoalmente, penso que o ódio ao Porto está lá muito mais presente do que no Benfica. Ainda me lembro do Rui Jorge, quando foi transferido para o Sporting, no ano em que o Porto conquistou o Penta. Com o empate do Boavista, o Porto entrou para jogar em Alvalade antecipadamente penta campeão, e fez a festa no relvado, antes de o jogo começar. Entrevistado, Rui Jorge, agora de verde e branco, fez muitos elogios ao Porto e confessou estar muito triste por não estar a comemorar o título com a camisola azul e branca. Dois anos mais tarde protagonizava o episódio da camisola rasgada com Mourinho.
Mário Borges, 26 de Maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Alegrias e tristezas.

Ontem lá empatamos com o Braga. Um jogo de tostões, num estádio cheio, que queria ver um jogo de milhões. Enfim! O Título já cá está, de novo! E para o ano há mais!
Em relação aos resultados de ontem, realço um que me encheu de tristeza: a saída do Boavista dos campeonatos profissionais. Penso que será o imerecido fim deste clube. Não sou boavisteiro e nem simpatizo com o clube, cujos adeptos são completamente anti-portistas. Não é também por ser da minha cidade, porque não embarco nestes regionalismos. O que me incomoda é que aquilo que despertou esta situação, foi a despromoção à Liga de Honra, num processo miserável, conduzido como uma vingança contra o Major V. Loureiro. Dívidas astronómicas muitos clubes as têm. Muitos nem pagam os salários dos jogadores durante meses. A despromoção acelerou um processo, já de si complicado. O Boavista foi punido por o Major ter "alegadamente" coagido árbitros, para mais, numa altura em que não era presidente do clube. Coação vemos-las todos os dias; basta atentar nas afirmações do Paulo Bento. Mas a Liga, cega pela fidelidade aos rancores do LFV, condenou este histórico à extinção, como se estivese a fazer justiça. Um dia, no futuro, as sentenças de tribunal vão repor a verdade, mas aí o estrago já está feito. Os jagunços da Liga sabem disso.
Mário Borges, 25 de Maio de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

Sinal dos tempos! Um benfiquista muda de clube!

Sempre se disse que se pode mudar de muita coisa; de partido politico, de mulher ou marido, de nome ou de nacionalidade, mas que nunca se muda de clube.
Ora aqui está um exemplo que o contradiz e embora seja o primeiro que eu conheço, talvez não seja o único.
Um adepto do Benfica, farto de não ganhar nada, e da incompetência do seu (antigo) clube, decidiu dar ouvidos à namorada e mudar para o FCP. Tornou-se sócio e aclamou públicamente Pinto da Costa defronte dos Paços do Conselho. Parecia um homem feliz!
Parabéns e bem-vindo!


Mário Borges, 23 de Maio de 2009

Mais um tetra campeonato!


Inauguro este meu blogue numa altura em que somos tetra campeões pela segunda vez.
É uma alegria ser adepto deste clube. E no entanto, não podemos deixar de ser humildes. Para um portista dos anos 50, 60 e 70, as coisas não eram bem assim!
Os sucessos acontecem por causa de duas grandes ordens de razões: em primeiro lugar, uma fórmula vencedora, feita de trabalho e rigor. Em segundo, uma concorrência obtusa, que teima em viver das glórias passadas e não do presente.
Frustrados pelos insucessos sucessivos, incapazes de se reinventarem, as suas lideranças sentiram necessidade de arranjar um motivo que fosse capaz de os desculpar e, a um mesmo tempo, mobilizar os seus adeptos. E arranjaram! Mobilizaram! E como!
Mobilizaram, não no sentido positivo, aquele que leva à acção, mas antes mobilizaram no sentido negativo, o da ausência de acção. Porque esse motivo, essa razão oracular, explica que os porquês do insucesso não são da responsabilidade desses clubes perdedores, mas antes de terceiros: os árbitros, manejados pela mão do crónico vencedor . Sendo assim, nada lhes cabe a eles, de mal ou de bem. Nada podem fazer contra esse poderio tentacular. E não lhes cabendo nada, apenas se sentam, protestando contra o vil estado de coisas. E continuam a perder.
Ao menos, agora, os adeptos desses clubes, já sabem a razão porque nada ganham. E sabem também que essa é uma razão que lhes foge do controlo, que não é culpa deles. Assim, estando tudo mal, tudo está bem!
Mário Borges, 23 de Maio de 2009