segunda-feira, 29 de junho de 2009

A pré-época e os três grandes!



Como de costume, todos os anos durante a época estival eu sofro de angústias imensas e incontidas.
Como de costume o Benfica apetrecha-se com mais jogadores de nome sonante e milhões na etiqueta do preço. Este ano, pelo menos até esta data, não precisou de vender as “jóias da coroa”. O novo treinador do ano diz que este ano vai ser campeão, cada jogador estrangeiro que chega ao aeroporto para enriquecer o plantel da águia, vem para ser campeão, o director desportivo sente que este ano vai ser campeão, o presidente diz que este ano é que é: vai ser campeão. Que vai ser um ano virado para a área desportiva depois de ter andado ocupado com as outras áreas. O dinheiro entra a rodos e não é preciso preocuparem-se porque a situação está controlada!
Como de costume, o Sporting, com aquele ar compungido, anda a esgravatar pela formação para ver se lança mais uns craques baratos, e continua a política de ir arrendar tudo o que é internacional português que se deu mal pelo estrangeiro ou não está a ser utilizado no seu clube de origem (principalmente se este for o FCP). A renegociação da dívida é a pedra de toque de tudo o que se faz e se planeia fazer. Contenção é a palavra de ordem.
Desta vez, mais do que o costume, O Porto anda a tentar vender os seus melhores jogadores e duma só vez delapidar a defesa, o meio-campo e o ataque, vendendo simplesmente o melhor representante de cada um destes sectores. É uma aposta em alta e quase valia a pena uma declaração de Pinto da Costa à CMVM dizendo que está farto de títulos e que este ano é para descansar. A malta podia não gostar, mas compreendia.
Portanto, como de costume, o Benfica está na frente. Os média abrem as capas e telejornais com cada vírgula e "três pontinhos" que digam respeito a tão respeitável clube. A fase da pré-época está a acabar e a taça é dele. Segue-se a fase dos jogos treino. Geralmente também costuma levar essa taça, bem como uma catadupa de novos talentos de gabarito mundial descobertos pelos diários desportivos.
Espero que depois, tudo também corra como o costume!

P.S. Hoje, Bruno Paixão foi promovido pela UEFA ao primeiro patamar da arbitragem deste organismo, onde foi encontrar o Lucílio Baptista. Para quem tenha assistido ao jogo entre o Chelsea e o Barcelona e também esteja familiarizado com estes dois profissionais do apito luso, percebe-se a sua utilidade para o organismo que tutela o futebol europeu. É sempre preciso ter árbitros daquela cepa para o caso de as coisas precisarem de uma certa ... digamos ... direcção … ou para a resolução de problemas difíceis! Daqui a uns anos já temos lá uma meia-dúzia de "Tugas"! Não há dúvida, é um nicho de mercado como qualquer outro!
Mário Borges, 29 de Junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os dentes do Chissokho

É pá! Vocês desculpem, mas este caso do Cissokho é uma vergonha que cheira a tempos que já lá vão e que, pensava eu, nunca mais voltariam.
Porque, de facto, a situação que temos perante nós, é a de um jovem atleta africano (negro) que ia ser comprado por um clube italiano (brancos), que afinal desistiu do negócio depois de lhe examinarem os dentes e não terem gostado.

Este incidente, caso fosse bem negociado pelo empresário do malogrado, ainda poderia acabar num ajuste de trinta milhões de euros, só para que o assunto não acabasse na Oprah!
Mário Borges, 19 de Junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Uma saída "à Porto"!

Hoje, Pedro Emanuel, despediu-se da sua carreira de jogador em troca de uma de treinador no mesmo clube onde se destacou e tudo ganhou. Para além do campeonato e Taça que já trazia do Boavista, Pedro Emanuel arrecadou, a nível internacional, uma Taça Uefa, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental. Em termos nacionais conseguiu cinco campeonatos, três Taças de Portugal e uma Supertaça. Um Curriculumzito Vitae "à Porto"!
A saída tambem foi "à Porto"! Pedro Emanuel terá sido contactado pelos responsáveis portistas para renovar ou treinar e preferiu treinar.
Bom, se isso é verdade ou não, não interessa. O que interessa é que sai (fica) pela porta grande e continuará a emprestar à casa "aquela raça", que continua a ser aproveitada nos coreáceos treinadores e adjuntos que ganharam o direito de permanecer na fortaleza azul e branca.
Deixo, em jeito fotográfico, a imagem que lhe ficou de marca e que nos valeu uma Taça Intercontinental.

Mário Borges, 17 de Junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Três comentários do dia.

O Benfica, magnanimamente, decidiu pagar ao Braga a cláusula de rescisão, que estava no contrato, para ir buscar o seu treinador, mas nunca mais esquecerá o miserável papel desempenhado pelo presidente do Braga, que não o deixou sair de graça. Afinal era para o SLB!

O "mister" Cajuda, treinador do Guimarães, diz numa entrevista, que na época passada se passou mais tempo a pensar em tribunais (tentar tirar o FCP da Liga dos Campeões na secretaria) do que em preparar a equipa para a Liga dos Campeões. Podia ter dito isso na altura, mas não era politicamente correcto, e por outro lado, se tivesse dado certo...

O director do Porto Canal, Bruno Carvalho, vai candidatar-se a presidente do Benfica, demonstrando não ter ainda percebido uma premissa basilar deste clube: o Benfica é um clube de Lisboa apesar de se arrogar nacional: é um clube de Lisboa com adeptos em todo o território nacional. Para além disso, o candidato Bruno, é uma pessoa do Porto, e este facto pesa muito, muito mais do que ele, provavelmente, imagina. Basta consultar a net e ver os comentários que por ai se postam para confirmar esta suspeita. "O homem é do Porto, arre! Um benfiquista do Porto??!!!! Não é de confiar!" Mais vale um lisboeta (ou afim) que é sócio do Porto!
Mário Borges, 16 de Junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O dinheiro e o carácter!



Não estou a compreender nada desta novela de fim de época do Benfica!
Primeiro, deixam que as notícias sobre os contactos para substituição do seu treinador saiam e nem as desmentem. Depois ficam espantados por o Quique ter ficado magoado e não facilitar a saída. Queriam que o homem não recebesse a indemnização por quebra de contrato! Ele lá acabou por ir embora, por valor desconhecido, enxovalhado, porque não conseguiu o que só um treinador conseguiu nos últimos treze anos: ganhar o campeonato (embora um campeonato feito de vergonha e arbitragens escandalosas).
Segundo, para contratar o novo treinador (Jesus), não querem pagar o valor da cláusula de rescisão que este tem acertado com o Braga e desfazem-se a insultar o presidente deste clube, como se ele só fosse uma boa pessoa, e honesto, caso deixasse que o seu treinador saísse sem que o contrato fosse cumprido. E percebe-se a influência daquele famoso departamento jurídico do Benfica (que se tornou famoso ao tentar evitar- debalde - que o FC Porto jogasse na Liga dos Campeões) quando Jesus "ameaça" rescindir com o Braga por causa de uma hipotética dívida, que ao que parece, não existe.
Por este andar, um dia destes, os jogadores do Benfica que reivindicarem salários, serão apontados como salafrários e chulos das finanças do clube.
Nós percebemos que o Benfica não tem dinheiro, mas lá por isso não precisa de não ter carácter!
Mário Borges, 15 de Junho de 2009

Dobradinha!


Não há muito a dizer sobre esta final da Taça de Portugal, a não ser que ganhámos bem e que o Paços foi a equipa raçuda e perigosa a que nos habituou.
Em Agosto, estas duas equipas tornam-se a encontrar para a Supertaça e esse jogo, provavelmente, também será a centenas de quilómetros das localidades onde os dois emblemas têm os seus estádios. Talvez no Algarve. Ou então na Madeira...
Ainda bem que já não temos colónias, porque aí é que seria bonito!

Mário Borges, 15 de Junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

A verdadeira razão para a Final da Taça ser no Jamor.

Desde há muito, que esta questão da final da Taça de Portugal, ter que se realizar sempre no Jamor faz correr muita tinta.
Quando um dos finalistas é um dos "dois grandes" de Lisboa, as queixas estão relacionadas com o facto de estes jogarem em casa perante o adversário, constituindo uma subversão das leis da competitividade. A excepção é o caso de os dois finalistas serem os "dois grandes" de Lisboa entre si, ou com uma equipa da zona (ex. Setúbal).
Quando as duas equipas são de longe, e da mesma região, como foi este ano, as queixas prendem-se com o facto de milhares de pessoas terem que se deslocar a Lisboa, gastando imenso dinheiro e risco na estrada, para ver um espectáculo que podia ser num dos outros estádios do EURO2004.
Mas a federação todos os anos faz que não ouve e obriga a que a Final se realize num estádio, onde a EUFA e a FIFA não permitem jogos por falta de condições.
Só que este ano, no programa "Trio de Ataque", um dos comentadores, Rui Oliveira e Costa, individuo que costuma gostar de ser objectivo, recorrendo amiúde às estatísticas e outros dados inquestionáveis, embrulhou os pés pelas mãos, acabou por ceder perante a estupidez dos seus próprios argumentos e não teve outra solução senão deixar escapar- FINALMENTE - a razão de fundo que faz com que os nossos concorrentes apoiem este disparate: "Se o Pinto da Costa quer isso, então nós não queremos! Pronto!"
Tenho que confessar que achei esta confissão chocante! O sorriso que o homem não conseguiu deixar de ostentar; a consciência de que a razão que apresentava era estúpida, mas mesmo assim apresentá-la; o ressentimento pelas vitórias no desportivas; e finalmente, e mais importante, a mais elementar falta de respeito pelos adeptos.
Note-se que nenhum deles dos aderentes desta teoria, pensa nos milhares de pessoas que têm que se deslocar a Lisboa. Ou então pensam, mas se o fazem, é com uma absoluta falta de respeito. Pensam apenas em Pinto da Costa e que se saiba, ele até pode viajar de avião e fica, de certeza, na tribuna presidencial. Bastava ser este um ano de crise, para que este argumento vingasse. Duas equipas que jogam a alguns quilómetros da outra, deslocaram-se à capital, ignorando-se os novíssimos estádios de Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria e Aveiro, dois dos quais ao abandono.
O próprio Oliveira e Costa acaba por enumerar alguns dos problemas daquele estádio. São eles duas casas de banho para aquela gente toda, falta de protecção para a chuva ou sol, uma entrada onde se afunila a multidão, a distância (ex. este ano) da origem geográfica dos contentores, etc.
Mas pelo menos, desta vez, tive o prazer de ver, escarrachada, na televisão e em horário nobre, a verdadeira razão, pela qual este circo se arrasta ano após ano. A razão que já conhecemos há muito tempo, mas que os detractores nunca assumem. Geralmente preferem apontar a contestação como "provincianismo", ou uma provocação de Pinto da Costa.
"Esta guerra o Pinto da Costa não ganha, e ponto final!"
Não interessa se tem razão ou não. Não interessa que os afectados sejam os adeptos.
É nisto que dá misturar a razão com a emoção!




P.S. Enquanto vê o vídeo, observe a qualidade dialéctica dos argumentos de Oliveira e Costa.
Mário Borges, 2 de Junho de 2009